A ideia do programa vem me perseguindo desde outubro do ano passado, quando eu percebi o quão medíocre minha vida andava. Percebi que eu estava começando a me acomodar na vida do jeito que ela está. Com emprego público e, portanto, estável, mas que na verdade não me traz nenhuma realização nem vontade de permanecer nele por muito tempo, e com apartamento recém-comprado, o que significa o quê? Pois é, casamento! Acontece que ainda tem um bocado de coisa que esperava já ter feito antes de casar (basicamente viagens, muitas viagens) e do jeito que as coisas estavam, parece que o rumo que tomei ia dar inevitavelmente no casamento, e não ia demorar muito não. Não que eu não pretenda casar, mas não adianta... existem coisas que a gente acaba deixando pra segundo plano depois que casa. Em outras palavras, coisas que a gente acaba não fazendo nunca e depois, na velhice, reclama e se lamenta horrores por não ter feito. Eu não quero acabar assim. Mas muitas coisas pesaram aí... Eu assumi uma dívida considerável com o apartamento, que fica pronto em 2012 e só acaba de ser pago daqui 30 anos. Pesquisei todas as possíveis opções de programas de intercâmbio, fiz contas, considerei tempo de permanência fora, países, tipos de programa.... No fim das contas, concluí que não era nem questão de escolha. O único intercâmbio que cabia no meu bolso era o de Au Pair, o que acabou não sendo má ideia. O custo/benefício vale a pena. O intercâmbio é barato, dá a possibilidade de conhecer bem o país em que se está, é uma excelente oportunidade de deixar o Inglês tinindo e experiência cultural é única, já que a gente mora com uma família americana. Coisa de filme mesmo. E pra melhorar, no meu caso, já tenho experiência com crianças e Inglês bacaninha. É, estou com a faca e o queijo na mão.
Bom, de lá pra cá é só nisso que penso. Tenho pesquisado MUITO sobre o programa - possíveis passeios, vocabulário específico, dúvidas sobre documentação, compras, envio de dinheiro e tranqueiras... Pesquisei muuuito sobre as agências. Visitei quase todas, li sobre elas, liguei, decidi fechar com uma, depois com outra, depois com outra. Tenho lido blogs de Au pairs. Situações boas e ruins, experiências que deram muito certo e outras que deram muito errado. Queria poder dizer que estou preparada para qualquer uma delas, mas estaria mentindo. Só estou preparada para as experiências que dão certo, but I'm working on it. Não que eu ache tudo será perfeito, mas quero, no mínimo, uma host family que me respeite e goste de mim. Não precisa me tratar como filha, que também já é demais, mas goste de mim e me trate bem. Well, está nas mãos de Deus. Se Ele permitir que eu chegue até lá, Ele vai na frente e vai cuidar de todo o resto.
Depois dessa fase e do veredito em relação à agência, separei meu dia de folga (amanhã!) para fazer minha inscrição na APIA. É a agência mais cara dentre as que eu pesquisei, mas é a que vai me pagar melhor, porque eles têm um programa especificamente direcionado para meninas formadas em Pedagogia. Por essa agência eu vou ganhar U$250 semanais, enquanto as Au pairs regulares ganham em torno de U$197. Estou ansiosíssima e muito feliz por estar conseguindo realizar esse sonho. Nããão, meu sonho não é ser babá de filho de americano... É viajar, morar fora, viver TEMPORARIAMENTE uma outra cultura, falar muito inglês, conhecer gente diferente.
É... Se essa experiência for mesmo tudo isso que eu tenho em mente, acho que vou voltar entendendo muito melhor a musiquinha do Dirty Dancing. I hope so! Por enquanto estou na fase Phil Collins...